Friday, March 06, 2015

Part 6: (Does the Individual Exist?): Dialogues on a Philosophy for the Individual

(Pix (c) Larry Catá Backer 2015)


With this post Flora Sapio and I (and friends from time to time) continue an experiment in collaborative dialogue. The object is to approach the issue of philosophical inquiry from another, and perhaps more fundamentally ancient, manner. We begin, with this post, to develop a philosophy for the individual that itself is grounded on the negation of the isolated self as a basis for thought, and for elaboration. This conversation, like many of its kind, will develop naturally, in fits and starts. Your participation is encouraged. For ease of reading Flora Sapio is identified as (FS), and Larry Catá Backer as (LCB).

We continue with the discussion with a consideration of a question that follows from the preliminary question (whose project is this anyway?) to consider the related question that gets us closer to the heart of our discussion--Does the individual exist?  If the individual exists are there more than one type or how do we deal with Aristotle's idea of the natural slave and the natural aristocrat? Flora Sapio started us off and Betita Horm Pepulum (BHP) joins in, and Paul Van Fleet (PVF) responds to Flora's inquiry as to the distinctness of "is-ness" from the individual.

Contents: HERE.



(PVF) Thank you, Flora, for your commentary and very salient questions regarding the nature of the individual [e.g., Part 5].

Can we speak of "is-ness" without first having something that "is"? I am of the opinion that we cannot. It seems that you are thinking of the distinct "is-ness" almost like a Platonic form - there is a a Form of the "is" under which all existent things might fall. If we envision "is-ness" in such a way, then the pitfalls which you rightly point out manifest in a very acute way, and the philosophy of the individual becomes goal-driven.

But what if we envision "is-ness" as a necessary quality of something that "is" without extracting it (so to speak) from that which "is"? What if we speak of "is-ness" as simply "being-in-the-world" - where the individual is separated from the world only for the sake of bringing attention to that individual, but we remain aware that this is the only reason for the separation, and that there is no "inherent" separation of this individual from the world.

I remember Husserl's idea of the "landscape" of experience, wherein the whole landscape cannot be considered as such if even one element is removed. In this way, we can consider "is-ness" as a constituent part of the individual; without it, we have no individual. "Is-ness" is therefore not distinct from the individual, it is a fundamental part of the "landscape of the individual," and if it is seen as distinct, then we have no individual to speak of. We then are talking about the artificial thing, a mechanical thing, rather than the vibrancy and flux that is the individual.

As Wittgenstein would say, "Whereof one cannot speak, thereof one must be silent." (Tractatus)

(BHP) O biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, formulou no início da década de 1930, a teoria geral dos sistemas. Outros autores a desenvolveram, mas o fato é que no século XXI a formulação teórica de Von Bertalanffy, atende a várias ciências. Ele considera os sistemas, físicos, biológicos e sociais similares, o que não impede de existir diferentes definições e tipos de sistemas. Um exemplo pertinente é um sistema de informação. Um sistema de informação pode ser explicado como um conjunto de componentes inter-relacionados que coleta e/ou recupera, processa, armazena e distribui informações destinadas a apoiar a tomada de decisões e o controle em uma organização. Um sistema de informação é considerado um sistema complexo em função do emaranhado de peças e situações que o envolvem.

Pessoalmente eu acredito na existência de uma sociologia do conhecimento, que é baseada em sistemas humanos. O que para mim é exemplo de uma postura pluralista e agregadora, uma vez que o recurso humano é o elemento mais importante em qualquer tipo de sistema. O homem é responsável por sua existência, desde a sua concepção até seu objetivo final. Além disto, existe consenso que um sistema humano (que pode ser uma família, sociedade ou organização independente da sua natureza), inclui estratégia, política, métodos e regras, que são criadas pelo homem. É possível dizer que o homem em seu grande sistema ou em seu pequeno sistema, é o usuário, é o administrador, o tomador de decisão, o colaborador e o beneficiário.

Acredito, também, na existência de uma economia baseada na colaboração. Penso que as pessoas apenas ainda não perceberam a existência deste tipo de economia. Acredito que ela ascendeu como um processo natural de preservação propiciado pelo conhecimento acumulado pela espécie humana ao longo da sua história evolutiva.

Levando em conta que não existe descontinuidade entre o social e o humano e as suas raízes biológicas. O fenômeno do conhecer é um todo integrado, e todos os seus aspectos estão fundados sobre a mesma base (Maturana; Varela,1995).

Na literatura podem ser encontrados fragmentos da base conceitual da economia baseada em colaboração. Riana Eisler, por exemplo, fala da existência de um modelo de sociedade baseado em parcerias, em seu livro o Cálice e a Espada. Maturana e Varela se aprofundam no tema e discorrem sobre os insetos sociais (no livro A Árvore do Conhecimento) e Peter Senge expõe com exemplos práticos o pensamento sistêmico em seu livro a Quinta Disciplina.

A economia da colaboração pode ser identificada em movimentos contemporâneos como o crowdsourcing (um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários, espalhados pela internet, para resolver problemas, criar conteúdos e soluções ou, ainda, desenvolver novas tecnologias), e no Design Thinkign exposto por Tim Brown (2010).

Riana Eisler (1998) coloca que em um grupo social com o modelo baseado em parceria, as relações são fundamentadas primordialmente no princípio de união e não de supremacia. Ela observa em seus estudos que este tipo de sociedade oferece mais condições para saltos sociais evolutivos por ser mais “pacífica” e mais “ouvinte”.

Varela, Thompson e Rosch (1993), também fornecem subsídios para uma estrutura conceitual de uma economia baseada na colaboração ao incluírem em seu livro, a premissa que o motor básico de motivação do ser humano é a necessidade de formar relações.

Para Senge (2009) o conhecimento é social. O conhecimento é tudo que as pessoas sabem fazer e fazem. Ele coloca que as redes de conhecimento são chamadas também de redes de colaboração e que elas são ambientes onde as pessoas trabalham juntas para gerar valor e novas fontes de valor.

Neste sentido, no intuito de entender a economia da colaboração, Peter Senge (2009) observa que a palavra inglesa company (empresa) vem do francês compaigne- o compartilhamento do pão, a mesma raiz de companheiro.

Entender a dinâmica social humana como um fenômeno biológico, de acordo com Maturana e Varela (1995) permite que as pessoas se relacionem em atividades que não lhes seriam possíveis como indivíduos isolados. Cada indivíduo está continuamente ajustando sua posição na rede de interações do grupo segundo sua dinâmica própria, resultado da história de acoplamentos estruturais do grupo.

Humanos cooperam com outros humanos. Eles barganham bens, favores, conhecimento, e lealdade. Esta cooperação estende-se a outros humanos, em trocas de parcerias, coligações e relações comerciais, e, assim deve ser explicada não por parentesco, mas por mutualismo ou reciprocidade (Trivers, 1971).

Para Trivers (1971), a evolução da cooperação por altruísmo recíproco requer um número de adaptações cognitivas, as quais parecem ser bem desenvolvidas em seres humanos.

Maturana e Varella (1995: p.221), refletem sobre a relação entre egoísmo e altruísmo analisando, por exemplo, a formiga operária que não se reproduz, dedicando sua existência a conseguir alimento para as outras formigas do seu formigueiro. A formiga operária beneficia o grupo, e nunca diretamente ela própria. No processo evolutivo a relação entre os indivíduos e seu grupo atinge um estado de equilíbrio no momento em que eles incluem entre os seus comportamentos, aqueles comportamentos que são necessários para a manutenção da unidade social com a qual interagem e integram. Estou me referindo aos comportamentos altruístas. Quanto a existência de uma economia alicerdada na colaboração, o conceito de autopoiese construído por Maturana e Varela (1995) (que define o ser vivo como um sistema auto-organizado integrado nas interações com o meio) contribui, com ela, por que apresenta para respaldá-la um parâmetro ético.

Começando pelo paradigma da competição, um ato muito estimulado na sociedade contemporânea. De acordo com Maturana e Varela a competição, da maneira como nós conhecemos, não acontece no âmbito biológico. A competição é um fenômeno cultural humano. Os seres vivos não humanos não competem. Eles fluem entre si e com outros em congruência recíproca (autopoiese). Participam de um meio que inclui a presença de outros ao invés de negá-los. Não existe um que ganha e um que perde.

Na visão de Maturana e Varela (1995), a evolução é como um modo de vida. Uma configuração de relações variáveis entre organismo e meio. Para eles o fenômeno evolutivo está na mudança do modo de vida, e em sua conservação, na constituição de uma linhagem de organismos congruentes com sua circunstância, e não em desacordo com ela.

Maturana e Varela (1995) contribuem para o entendimento de uma economia baseada na colaboração, além de ajudarem para a compreensão de qual deve ser a ética predominante nela, ao explicar que os seres humanos são dotados de linguagem e emoção. Que os seres humanos se movimentam em espaços de conversação e constituem diferentes domínios linguísticos, com diferentes critérios de validação da verdade.

Todo ato humano ocorre na linguagem. Toda ação na linguagem produz o mundo que se cria com os outros, no ato de convivência que dá origem ao humano. Por isso, toda ação humana tem sentido ético. Essa ligação do humano ao humano é, em última instância, o fundamento de toda a ética como reflexão sobre a legitimidade da presença do outro (Maturana; Varela p. 269).

Para estes autores o fundamento biológico do fenômeno social é a aceitação do outro, o amor. Sem amor, sem a aceitação do outro ao nosso lado, não há socialização, e sem socialização não há humanidade. Tudo o que limita a aceitação do outro, como a competição, a posse da verdade ou a certeza ideológica, destrói ou restringe a ocorrência do fenômeno social e, portanto, também o humano, porque destrói o processo biológico que o gera. Maturana e Varela (1995) defendem que é fundamental compreender que os processos subjacentes ao conhecimento “são mediações necessárias à sua construção”, a avaliação é uma dessas mediações que possibilitam o conhecimento do conhecimento. Para eles, “o conhecimento do conhecimento compromete” (Maturana; Varela,1995, p. 262).
 
[(BHP) The German biologist Ludwig von Bertalanffy, formulated in the early 1930s, the general systems theory. Other authors have developed, but the fact is that in the XXI century the theoretical formulation of Von Bertalanffy, caters to various sciences. He considers the systems, physical, biological and similar social, which does not prevent to exist different definitions and types of systems. A pertinent example is an information system. An information system can be explained as a set of interrelated components that collect and / or retrieves, processes, stores and distributes information to support decision making and control in an organization. An information system is considered a complex system due to the tangle of parts and situations that involve.

Personally I believe in the existence of a sociology of knowledge, which is based on human systems. Which to me is an example of a pluralistic and aggregating posture, since the human resource is the most important element in any system. The man is responsible for its existence, from conception to its final goal. In addition, there is consensus that a human system (which can be a family, company or organization independent of their nature), includes strategy, policy, methods and rules, which are created by man. You can tell that the man in his large system or on your small system, it is the user is the administrator, the decision maker, the employee and the beneficiary.

I also believe in the existence of an economy based on collaboration. I think people just have not realized the existence of this type of economy. I believe she ascended as a natural process of preservation afforded by the knowledge accumulated by mankind throughout its evolutionary history.

Taking into account that there is no discontinuity between the social and the human and their biological roots. The phenomenon of knowing is an integrated whole, and all its aspects are founded on the same basis (Maturana; Varela, 1995).

In the literature can be found fragments of the conceptual basis of the collaborative-based economy. Riana Eisler, for example, speaks of the existence of a model of society based on partnerships, in his book The Chalice and the Sword. Maturana and Varela deepen the topic and write about the social insects (in The Tree of Knowledge) and Peter Senge sets out practical examples systems thinking in his book The Fifth Discipline.

The collaboration economy can be identified in contemporary movements such as crowdsourcing (a production model that uses the intelligence and the collective knowledge and volunteers around the internet, to solve problems, create content and solutions, or even develop new technologies),Thinkign Design as in the foregoing forTim Brown (2010).

Riana Eisler (1998) states that in a social group based on the partnership model, relations are based primarily on the principle of unity and not of supremacy. She notes in his study that this type of company offers more social conditions for evolutionary jumps out to be more "peaceful" and more "listener".

Varela, Thompson and Rosch (1993) also provide information for a conceptual framework of an economy based on collaboration to include in his book, the premise that the basic engine of human motivation is the need to form relationships.

For Senge (2009) knowledge is social. Knowledge is everything people do know and do. He puts that knowledge networks are also called collaborative networks and they are environments where people work together to create value and new sources of value.

In this sense, in order to understand the collaboration economy, Peter Senge (2009) notes that the english word company (company) comes from the French compaigne- the sharing of bread, the same fellow from scratch.

Understanding human social dynamics as a biological phenomenon, according to Maturana and Varela (1995) allows people to relate to activities that would not be possible to them as individuals. Every individual is continually adjusting its position in the group interaction network according to its own dynamic, result in the history of structural group engagements.

Human cooperate with other humans. They bargain goods, favors, knowledge, and loyalty. This cooperation extends to other humans in exchange partnerships, coalitions and trade relations, and thus should be explained not by blood, but by mutualism or reciprocity (Trivers, 1971).

To Trivers (1971), the evolution of cooperation for reciprocal altruism requires a number of cognitive adaptations, which appear to be well developed in humans.

Maturana and Varella (1995: p.221), reflect on the relationship between egoism and altruism by considering, for example, the worker ant that does not reproduce, dedicating their lives to get food for other ants of their anthill. The worker ant benefits the group, and never directly itself. In the evolutionary process the relationship between individuals and their group reaches a steady state at the time that they include among their behaviors, those behaviors that are necessary for maintaining social unit with which they interact and integrate. I'm referring to altruistic behavior. As the existence of an economy alicerdada collaboration, the concept of autopoiesis built by Maturana and Varela (1995) (defining the living being as a self-organizing system integrated in the interactions with the environment) contributes with it, by presenting to support it an ethical parameter.

Starting with the paradigm of competition, an act greatly stimulated in contemporary society. According to Maturana and Varela competition, the way we know it does not happen in the biological field. The competition is a human cultural phenomenon. The non-human beings do not compete. They flow together and with others in mutual congruence (autopoiesis). Participate in a way that includes the presence of others rather than deny them. There is no winning and losing.

In Maturana and Varela's view (1995), evolution is as a way of life. A configuration variables relations between organism and environment. For them the evolutionary phenomenon is on the way of life change, and their conservation, the creation of a line of matching bodies with their circumstance, and not at odds with it.

Maturana and Varela (1995) contribute to the understanding of an economy based on collaboration, and help to understand what should be the prevailing ethic in it, explaining that humans are endowed with language and emotion. That humans move in conversational spaces and are different linguistic domains, with different criteria for validating the truth.

Every human act occurs in language. Every action in the language produces the world that you create with others in the act of living that gives rise to human. Therefore, all human action has an ethical sense. This connection from human to human is ultimately the foundation of all ethics as reflection on the legitimacy of the presence of the other (Maturana; Varela p. 269).

For these authors the biological basis of social phenomenon is the acceptance of the other, love. Without love, without the acceptance of the other beside us, no socialization, and without socialization there is no humanity. All that limits the acceptance of the other, such as competition, the possession of the truth or ideological certainty, destroys or limits the occurrence of social phenomenon and therefore also human, because it destroys the biological process that generates it. Maturana and Varela (1995) argue that it is essential to understand the processes underlying knowledge "are mediations necessary for its construction", the evaluation is such a mediation that allow the knowledge of knowledge. For them, "the knowledge of knowledge compromises" (Maturana; Varela, 1995, p 262.).]

(PVF) This discussion is getting very interesting now, and the list of ways in which we need to address the individual in this post is exceedingly illuminating.

With regard to commodification and concerns that this project will become a "thing," it will do so only if the project is regarded as static - as if the individual's being is somehow permanent or unchanging. If we envision it as a process of "becoming," without appeal to any particular objective other than the development of being, then perhaps commodification becomes less of a concern. For commodification implies that the project can be reduced not only to a thing, but a thing of some value. If we remove the value judgment, with "becoming" being neither "good" or "bad," then we are in a new realm altogether.

Possession implies a similar import. If we reduce the project to "becoming," then we have nothing permanent to "possess." That which we possessed in some past incarnation slips through our fingers the very next moment, never to be truly possessed.

Objectivity also goes out the door with the idea of removing value judgments on the process of being the individual. Happiness, peace, and the like are terms that change according to people, culture, and economic status - I always remember the counter-example of the masochist in these discussions. If we do not wish to cause pain, but the masochist desires pain and suffers in its absence, then we cause suffering for one person in the pursuit of universal objectives, which defeats the purpose. But if we focus on an individual as a process, and not whether the process is desirable or not in the face of objectives, this is not a problem.

With regards to referents, it seems to be that the individual cannot exist in a vacuum - with whom or what can be engage in a dialogue? Who or what is Buber's "thou" through which we know our reality? If the process is our anchor, however, that is the "thou," that is the dialogue. Flux, then is the continual "thou" by which we at least know we are in the process of "becoming" as an individual.

This is very much an anti-philosophical viewpoint because it is not rational. This is not the same as irrational, or against rationality; the process simply doesn't involve rationality as an anchor. We simply know: I am becoming, for I can do nothing else.

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