(Pix (c) Larry Catá Backer 2015)
With this post Flora Sapio
and I (and friends from time to time) continue an experiment in
collaborative dialogue. The object is to approach the issue of
philosophical inquiry from another, and perhaps more fundamentally
ancient, manner. We begin, with this post, to develop a philosophy for
the individual that itself is grounded on the negation of the isolated
self as a basis for thought, and for elaboration. This conversation,
like many of its kind, will develop naturally, in fits and starts. Your
participation is encouraged. For ease of reading Flora Sapio is
identified as (FS), and Larry Catá Backer as (LCB).
The friends continue their discussion from Part 31, in which Betita Horm Pepulim (BHP) responds to Flora Sapio with a rejoinder from Larry Catá Backer..
The friends continue their discussion from Part 31, in which Betita Horm Pepulim (BHP) responds to Flora Sapio with a rejoinder from Larry Catá Backer..
Contents: HERE.
(BHP) Dear Flora you were inspired this time. I even thought that you were in love when you wrote! Well, here are my considerations on the subject.
Dear friends Larry, Flora, Paul and Ulisses, according to a Brazilian dictionary available on the internet (http://www.dicionarioinformal.com.br/cognitivo/) cognition means way to perceive and interpret yourself. Cognition does not follow a descriptive model of interpretation because this type of default is subjective, since each individual has their own way of analyzing, taking into account their learning ability. Pointing out that all manifestation of consciousness that the individual has, happens through some inner mental representation and a moment later, if necessary, through some form of outside communication. Both processes are reactions to a stimulus. But the individual, not always intuit and recognize these processes.
For Narcissus, the mirror was a fatal fantasy. The beautiful boy preferred to die in a mirrored lake. He could not leave his "beloved". For the mature narcissist of Shakespeare's Sonnet 62, the mirror brought a much needed blow to his vanity, the sight of a face "used and worn, battered by time" outlining the limits of self-esteem.
For some scientists, the simultaneous simplicity to complexity of mirrors make them powerful tools for exploring questions about perception and cognition.
Some studies use mirrors, among other reasons, to study how the brain decides what is be, and what is the other. The mirror is a division that we can't change seats.
When we look into a mirror, we are all Narcissus, "forever" stuck in our copy that is on the other side.
Two of the five phases of the Cartesian method, prepared by Descartes, comes to my mind at the moment, they are: we should consider as only certainty the fact of thinking; and that things designed with clarity and distinction are all true.
So my friends, I think for us collaborate with the construction of the theory that we propose to discuss, we must start from the certainty that the Narcissus in all of us is not a variable, it is a constant. And this is not necessarily bad. It's just a reality.
Another reality that we have discussed is related to freedom. On this theme I think we need to be clear, freedom and autonomy are not synonymous. Although it is a prerequisite for the exercise of autonomy, the existence of freedom. The concept of freedom is broader in existential terms. For Sartre, freedom it is a human condition. According to him, not there is for us humans as "escape" flee or refuse the freedom: we are condemned to freedom. In the context of the thought of Sartre, we are absolutely alone (no God), and there is nothing that determine us.
Who we are or that we will the be, is always the result of all our life experiences: "man is no more than what he does" (SARTRE).
For Sartre "the important thing is not what others make us. The important thing is what we do ourselves with what others have made us. "
Vanity is ours, if we will nurture it or not and to what extent we'll feed her, we do choose.
I hope you understand me.
Cara Flora você estava inspirada desta vez. Cheguei a pensar que estava apaixonada quando você escreveu! Bom, aqui vão as minhas considerações sobre o assunto.
Caros amigos, Larry, Flora, Paul e Ulisses de acordo com um dicionário brasileiro disponível na internet (http://www.dicionarioinformal.com.br/cognitivo/) cognição significa: maneira de perceber e interpretar a si mesmo. A cognição não segue um padrão descritivo de interpretação porque este tipo de padrão é subjetivo uma vez que cada indivíduo tem uma maneira própria de analisar, levando em conta a sua capacidade de aprendizado.
Ressaltando que toda manifestação da consciência que o indivíduo tem, acontece através de alguma representação mental interior e em um momento seguinte, se for o caso, através de alguma forma de comunicação com o exterior. Ambos processos são reações a algum estímulo. Mas o indivíduo nem sempre consegue intuir e reconhecer estes processos.
Para Narciso, o espelho foi uma fantasia fatal. O lindo rapaz preferiu morrer em um lago espelhado. Ele não conseguiu deixar o seu “amado” para trás. Já para o narcisista maduro do 62º Soneto de Shakespeare, o espelho trouxe um golpe muito necessário à sua vaidade, a visão de um rosto “usado e gasto, castigado pelo tempo” delineando os limites do amor-próprio.
Para alguns cientistas, a simplicidade simultânea a complexidade dos espelhos torna-os ferramentas poderosas para explorar questões sobre percepção e cognição.
Alguns estudos usam espelhos, entre outras razões, para estudar como o cérebro decide o que é o ser, e o que é o outro.
O espelho é uma divisória que nós não podemos mudar de lugar. Quando olhamos para um espelho, todos nós somos Narciso. Eternamente presos à nossa cópia que está do outro lado.
Neste contexto, duas das cinco fases do método cartesiano, elaborado por Descartes, vem a minha mente neste momento elas são: que devemos considerar como única certeza o fato de pensar; e que as coisas concebidas com clareza e distinção são todas verdadeiras.
Assim meus amigos, penso que para nós colaborarmos com a construção da teoria que nos propomos a discutir, devemos partir da certeza que o Narciso em todos nós, não é uma variável, ele é uma constante. E que isto, não é necessariamente ruim. É apenas uma realidade.
Outra realidade que temos discutido é a relacionada a liberdade. Quanto a este tema penso que nós precisamos ter bem claro que a liberdade e a autonomia não são sinônimos. Embora seja pré-requisito para o exercício da autonomia existir a liberdade. O conceito de liberdade é mais amplo em termos existenciais. Para Sartre, a liberdade é uma condição humana. Segundo ele, não há para nós, seres humanos, como “escapar”, fugir ou recusar a liberdade: estamos condenados a liberdade. No contexto do pensamento de Sartre, nós estamos absolutamente sozinhos (ausência de Deus), não existe nada que nos determine. Aquilo que somos ou o que vamos ser é sempre o resultado de todas as nossas experiências de vida: “o homem não é mais do que o que ele faz” (SARTRE). Para Sartre “o importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos com o que os outros fizeram de nós”. A vaidade é nossa, se nós vamos alimentá-la ou não, e em que medida vamos alimentá-la, nós é que escolhemos.
Espero que vocês me entendam.
(LCB) Dear friends, Betita's reference to Sartre was marvelous. Indeed, for the undifferentiated self--for the conventionally semiotic self, that construct from out of what a collective of others have instructed the self as an expression of the collective self--for that self, self-image (the undifferentiated Narcissus) is no more than the aggregation of his acts, a functional affirmation of his association with the collectivity of meaning that gives meaning to the self. Narcissus was punished both for emptiness (what is there outside the undifferentiated self, the self that is an individual expression of the collective self, and for the attempt top differentiate himself from the collective self of which he was meant to serve as an expression. When he does find expression in himself, apart, he is transformed into the object of that self, now wholly apart form the body of the collective self he pushed aside. Not a fatal fantasy but one that cut him off from the body of the self--to become an object, and an object lesson in the dangers of differentiation.
And thus the definition of cognition that is usually offered up to those who must be socialized in the tight connection between the aggregated self and its individual expression, cognition is understood as the interpretation of the self--but that can only be accomplished through the referents of the community that provides meaning and structure to the knowledge of the self. The undifferentiated self is thus both object (the individual) and symbol (the concept of the individual) the meaning of which is impossible in the absence of the interpretive community (culture, custom, structures of authentication, normality, etc.). Meaning of the self comes from outside the self because it is only possible to know the self through the structures that contain the self within the aggregate expectations of the community on which the self is permitted, within boundaries, to be differentiated. And those boundaries of are strict.
Four centuries ago (and in places like Iran and Saudi Arabia today) the protection of those those boundaries might have been the duty of the priest; today in the West it is the duty of the psychologist (and the state). The undifferentiated elf is impossible in a world marked by apostasy, deviation, madness and heresy. The only self possible within such societies (and there is scarcely a place within one) is the undifferentiated self, the social or societal self, which can choose within a tightly managed range of variation. While this variation appears almost infinite, the opposite is true. We, societies, devote a substantial amount of energy to the cultivation of the interpretive communities that can socialize the self and discipline it, the the disciplinary mechanics of law, economics, religion, morals, culture, and politics. And thus, when one looks into a mirror, one may see object--but that object is recognized as symbol, and that symbol acquires meaning from the cognition of the meaning of the symbol in that object derived from the contours of the reality (the meaning of things) received from beyond the mirror.
We might then start, as Betita suggests, from the certainty that the Narcissus in all of us is not a variable, it is a constant. And this is not necessarily bad. It's just a reality. But that perhaps we might understand this Narcissus as both the expression of the limits of self knowledge, and its dangers. Sartre offered, in the spirit of the times in which he was himself shaped (and perhaps from out of his own guilty conscience), what he thought was freedom, but which was no more than the constant negotiation of shared space. "No Exit" is the best example of this Narcissus for the 20th century--not condemned to objectification as flower, but instead condemned to the pursuit of the self in others without reciprocation. That, of course, is the cruelest punishment society van give to the rebel, rejection.
But it might be as useful to think of our problem from the perspective of polycentricity--one cannot escape the undifferentiated self. Flora and Betita have spoken eloquently of the problem. And that has been the maze in which most of our old philosophers have lost themselves. It is an important problem, but not of philosophy--it is the problem of the bureaucrat; Nietzsche captured the "type" well in his discussion of the Apostle Paul. But beyond this problem lies another, that of the differentiated self beyond the constructed self, the social self, the political self. Is there a self that might engage or reject the social self, or exist in harmony with it. It is perhaps here that one may consider the witch, the artist, the prophet. But not all of what they have become.
Queridos amigos, a referência de Betita de Sartre foi maravilhosa. De fato, para a auto indiferenciado - para a auto semiótica convencional, que constroem a partir de fora do que um coletivo de outros já instruiu o auto como uma expressão do eu coletivo - para que o auto, auto-imagem (o Narciso indiferenciado) é não mais do que a agregação de seus atos, uma afirmação funcional de sua associação com a coletividade de sentido que dá sentido ao self. Narciso foi punido tanto para o vazio (o que está lá fora o auto indiferenciado, o eu que é uma expressão individual do eu coletivo, e para a tentativa de topo diferenciar-se do auto coletivo do qual ele foi criado para servir como uma expressão. Quando ele faz encontrar expressão em si mesmo, à parte, ele é transformado em objeto de que eu, agora totalmente à parte formar o corpo do auto coletivo ele empurrou de lado. Não é uma fantasia fatal, mas que ele cortado do corpo do auto- -para tornar-se um objeto, e uma lição sobre os perigos de diferenciação.E, assim, a definição de cognição que é normalmente oferecido até aqueles que devem ser socializados na estreita ligação entre a auto agregado e sua expressão individual, a cognição é entendida como a interpretação da auto - mas isso só pode ser conseguido através das referências da comunidade que fornece significado e estrutura para o conhecimento de si. A auto indiferenciado é, assim, tanto objeto (o indivíduo) e símbolo (o conceito do indivíduo) o significado de o que é impossível na ausência da comunidade interpretativa (cultura, costume, estruturas de autenticação, normalidade, etc.). Significado da auto vem de fora da auto porque só é possível conhecer a si mesmo através das estruturas que contêm o auto dentro das expectativas de agregação da comunidade em que é permitida a si mesmo, dentro dos limites, para ser diferenciado. E esses limites de são rigorosos.Há quatro séculos (e em lugares como Irã e Arábia Saudita hoje) a protecção desses esses limites pode ter sido o dever do sacerdote; hoje no Ocidente, é dever do psicólogo (e do Estado). O elfo indiferenciado é impossível em um mundo marcado por apostasia, desvio, loucura e heresia. A única auto possível dentro de tais sociedades (e não há praticamente um lugar dentro de um) é a auto indiferenciado, o eu social ou societal, que pode escolher dentro de um intervalo de variação fortemente gerenciada. Enquanto esta variação parece quase infinita, o oposto é verdadeiro. Nós, as sociedades, dedicar uma quantidade substancial de energia para o cultivo das comunidades interpretativas que podem socializar o auto e discipliná-la, as disciplinares a mecânica de direito, economia, religião, costumes, cultura e política. E assim, quando se olha em um espelho, pode-se ver objeto - mas esse objeto é reconhecido como símbolo, e esse símbolo adquire significado do conhecimento do significado do símbolo em que objeto derivado de os contornos da realidade (o significado das coisas) recebeu do outro lado do espelho.Podemos então começar, como Betita sugere, da certeza de que o Narciso em todos nós não é uma variável, é uma constante. E isso não é necessariamente ruim. É apenas uma realidade. Mas isso talvez possamos entender isso Narciso como tanto a expressão dos limites de auto-conhecimento, e seus perigos. Sartre oferecido, no espírito dos tempos em que ele foi-se em forma (e talvez de fora de sua própria consciência culpada), o que ele achava que era a liberdade, mas que não era mais do que a constante negociação de espaço compartilhado. "No Exit" é o melhor exemplo disso Narciso para o século 20 - não condenados a objetificação como a flor, mas em vez condenado à busca do eu em outros sem reciprocidade. Isso, é claro, é o mais cruel castigo sociedade van dar ao rebelde, rejeição.Mas pode ser tão útil para pensar sobre o nosso problema a partir da perspectiva de policentricidade - não se pode escapar da auto indiferenciado. Flora e Betita ter falado de forma eloquente do problema. E isso tem sido o labirinto em que a maioria dos nossos antigos filósofos perderam-se. É um problema importante, mas não da filosofia - é o problema do burocrata; Nietzsche capturado o "tipo" bem em sua discussão sobre o Apóstolo Paulo. Mas para além deste problema reside outra, a da auto diferenciada para além do ego construído, o eu social, a auto política. Existe uma auto que pode envolver ou rejeitar o eu social, ou existir em harmonia com ela. É talvez aqui que se pode considerar a bruxa, o artista, o profeta. Mas nem todos o que eles se tornaram.
2 comments:
Dear friends, Larry, Flora, Betina and Paul. I have also to recognize that Flora was very inspired this time and Larry posted a comment in a great philosophic background.
I would like to add something to this dialogue about narcissus and cognition. But I do that from other perspectives. Flora, these perspectives are not poetic at all, I think.
First, from systems theory (Luhmann based on Maturana & Varela) we can get the concept of the "first order observer" (an observer who observes his “own” observing), here the Narcissus who relies in the intention of an observer towards an object or phenomenon as a reflection of himself. In the Husserlian philosophy the relation between "das Ich" (the I) and the "Erscheinung" (phenomenon) as a intentional/transcendental experience, in an almost Cartesian way.
This kind of cognition (using the meaning Larry extracted from a Brazilian online Dictionary) is in certain aspect a narcissistic cognition, based on what Hofstadter called a “strange loop”, or simply as our “own” consciousness. In this “I perceive the world” is implied the reflexivity, the reflections of myself in the mirror in the guise of my “own” conscience. This kind of monadism (Leibnitz) was the main accusation against the Husserlian phenomenology made by its detractors. The same problem of German “Idealismus” focused in the transcendental observer of first order.
The problem of Narcissus begins with inevitable perception of others, sometimes challenging his own beauty, when confronted with “different beauties” that make him realize not being (‘beautiful’) alone. The beauty of my own “beautiful” opinions is challenged by the inevitability of otherness. This brings about the issue of the second order observer. This second order observer is in the contingency of observing other´s observations and make the painful finding that his narcissistic perceptions has its flaws, its blind spots (German: Blinder Fleck), which undermines their certainties and the beauty of his own opinions. My own cognition is not flawless anymore, hence not as beautiful, now appearing as a distorted image in the mirror of my consciousness. Now I can see the flaws of my "cognition" observing how others observe me. This moment of painful and traumatic experience of otherness sometimes makes our perception of the world to be enlightened (evolutionary experience) by the presence of the other(s) as an opportunity of construction of a social world with competing views (Weltanschauungen) which are able to make us aware of the social construction of a shared social reality based on the possibility of communication between alter and ego. At this point one can discover the difficulties and the beauty related to the necessity of otherness. Or, instead, the moment of the traumatic birth of a neurosis, social phobia the addiction to oneself, the first step to Entfremdung (alienation) as seen in the Freudian psychoanalytic theory or the fear of the big other (Lacan). Finally, the fear of otherness may be a fear of our own distorted reflection in the distorted mirror of our intransigent and thus dangerous “certitudes”. This is very clear in the transculturalism, public decision-making and political arena. The challenge for Narcissus beauty is the possibility of beauty in others, not ONLY the loss of his own beauty. No escape from that, we construct our social world in otherness and in a paradoxically way otherness construct ourselves. I end my contribution quoting Larry, when he notes:
Who we are or that we will be, is always the result of all our life experiences: "man is no more than what he does" (SARTRE).
For Sartre "the important thing is not what others make us. The important thing is what we do ourselves with what others have made us" .
I hope to “read” from you soon, my dear friends,
Best wishes, Ulisses Schwarz Viana
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